Uma mulher negra de pele clara, não retinta, de quarenta e poucos anos, narra a sua história, que é a todo momento atravessada pela história do país, mais precisamente, pela história da república no Brasil. As histórias, memórias, lembranças da narradora se tecem imbricadas à história nacional, à maneira como cada mandato presidencial impacta nas escolhas, na rotina, no cotidiano dessa personagem.
Em um contexto de pandemia, isolada com seu filho adolescente entre os poucos metros quadrados de seu apartamento, sem ter muito com quem conversar, ela passa a dialogar com seus mortos: o pai, a mãe e a criança que ela um dia foi, a partir do entretecer de histórias, discursos e vozes.
Lílian Paula Serra e Deus: Mineira, de Belo Horizonte. Graduada em Letras pela PUC Minas. Mestre em Literaturas em Língua Portuguesa também pela PUC Minas (2012). Doutora em Literaturas em Língua Portuguesa pela PUC Minas (2016). Atualmente, é professora adjunta na Universidade da Integração da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB). Foi também professora no Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG). Autora do livro de poemas A Palavra em preto e branco (2017); do livro de contos Não é preciso ter útero pra ser mulher (2020). Integra as edições 42 e 43 da antologia Cadernos Negros.