Dédalo é devoto de uma religião marginalizada: a ciência. Ele é um prodígio da cliodinâmica, que mistura estatística, psicologia, ciências sociais e outros saberes para prever o futuro. Quando, em seus estudos, descobre que a vida do Imperador corre perigo, acaba tragado para o centro do sujo jogo político de Nebulosa.
A história dele se entrelaça a outras três. Nas franjas desse Império, Aurora cresceu em meio a uma infindável guerra civil e, para ajudar a mãe doente, coleta sucata nos campos de batalha. Ícaro é o filho mimado do Imperador que foge da tirania do pai e passa a viver em meio a piratas espaciais. E a família Suçuarana, que costumava ser a mais poderosa do Império, tenta lidar com a decadência quando se descobre falida.
As referências vêm de muitos lugares, da Fundação de Asimov, que inspira a seita de Dédalo, ao Leopardo de Lampedusa, por trás da saga dos Suçuarana. Temas como determinismo, livre arbítrio, imobilidade social, desigualdade, corrupção intrínseca ao poder, controle e opressão familiar, tão caros à realidade brasileira, são levados a um futuro distante, num épico espacial.