Quando João Bracatinga decide plantar batatas, desenterra um segredo de sua companheira, Maria dos Ipês. Na terra de velhos que é Tapiribi, cidade fictícia do noroeste do Paraná, passados não resolvidos vêm ao sol às margens do rio homônimo, resultando no embate final entre o coronel Mancoso Machado, senhor absoluto na região, e o Anhangá, espírito protetor dos matos. Inspirado nos clássicos do Realismo Mágico latino-americano e usando o Regionalismo brasileiro como referência, Tapiribi busca um diálogo entre ambos os gêneros tão característicos da nossa porção do mundo, além de tomar emprestado narrativas mitológicas dos povos originários, dos povos escravizados e também dos seus captores. Tantos passados e traumas acordam assombrações, algumas emergindo de maneira decisiva para os desfechos da narrativa. João e Maria conseguirão exorcizar seus fantasmas?
Rodrigo de Jesus nasceu em Ponta Grossa, no Paraná, mas nunca parou na paragem dos tropeiros. Desde cedo, talvez guiado pelas mesmas estrelas dos seus ancestrais ciganos, viveu em diversas cidades dos interiores brasileiros, tanto com sua família como sozinho. Enquanto viajava pelas estradas, aventurava-se também na literatura e na elaboração das suas próprias histórias. Trabalhou nos mais diferentes lugares, de restaurantes e vendas ambulantes a bibliotecas e centros culturais, o que enriqueceu sua formação como autor. Atualmente vive em Curitiba, onde cursou Letras na UFPR e atuou por um tempo no Programa Curitiba Lê desenvolvendo projetos de leitura. Em 2020, foi um dos vencedores do Prêmio Biblioteca Digital, com o romance Tapiribi, iniciando sua carreira de escritor.