Alexandria vive em uma cidade com cheiro a podridão, saudade, órfãos, viúvas, velhos e, principalmente, maresia. Sua mãe foi levada pela doença, seu pai pelo mar. Da mulher, Alexandria tem o bar, onde ela trabalha e dorme. Do homem, ela tem uma carta, velha, manchada, com as palavras esvaindo-se aos poucos, mas a garota já sabe cada uma delas de cabeça, de tanto que as leu à procura de pistas e respostas. O mar quebra contra a areia. Os dedos de Alexandria apertam a carta. A maresia toca seu rosto, e um navio, pela primeira vez em dez anos, aproxima-se da costa.
Maresia é uma aventura pelos mares que fala sobre perda. Mas também uma jornada pessoal sobre conhecer o valor do companheirismo, do amor e de como significados dependem de pontos de partida.
Vinda de família uruguaia e nascida na fronteira, Maria Nieves cresceu no limbo, no espaço vazio entre duas culturas, é o resultado do encontro entre Uruguai e Brasil. Passou a infância na praia, o que ecoa entre as páginas de Maresia. Escreve desde os nove anos, no começo como tarefas escolares, depois como divertimento. Aos 17, resolveu transformar o passatempo em algo mais palpável e criou seu primeiro livro, este aqui. Atualmente, aos 22, vive em Pelotas, no Rio Grande do Sul, onde cursa Psicologia e ainda escreve, por vezes como divertimento, por vezes futuros livros.