Vamos fazer de modo interativo, deixamos o fim dessa bagaça em suspenso, quem ler a história não vai saber se eu fui demitido, se morri, se fui integrado ou desintegrado. Nestes tempos de mídia, vejamos qual a reação do público, neném. Eu criei um feicebuque, www.facebook.com/germano.quaresma.77 quem leu este relato pode se sentir à vontade pra escrever pra mim e dizer se quer que eu seja integrado e suma, ou se quer que eu sobreviva enquanto personagem e volte em novas aventuras. Pode escrever mesmo, não é sapo, o feice foi criado de verdade, meu, escreve lá, me ajuda, cacete. Quem vai responder essa bagaça é meu preposto, o clone. Quando ele morrer, já dei ordens pra constituir um sucessor que responda pelos séculos dos séculos, que isto aqui é obra imortal da grande literatura universal. Sou foda, meu, tô alcalino pacaraio.
Putz, acidulou, fudeu. Se quiserem escrever escrevam, mas não pra esculachar, que eu sou muito suscetível a críticas. Eu sei, eu sei que tá uma merda, um concerto capenga, de músico de rua, que nem ler partitura num sabe. Uma cópia de tudo o que já foi feito, um livro mediocre, presunçoso, escrito por um louco de merda do caralho, uma colagem de tudo o que foi lido, uma colcha de retalhos de extremo mau-gosto. Aliás, mau-gosto é o que impera na obra, segundo José de Alencar Segundo, uma baixaria total, machista, homofóbica, racista, capitalista, grotesca, tendenciosa, iconoclasta, pseudoengraçada, um cocô do caralho. Um composê, sem pé nem cabeça, de todos os escritores que eu gosto, e que são todos meus queridos amigos, os únicos que eu tenho. (...)"
Autor do livro Companhia Brasileira de Alquimia, Manoel Herzog nasceu em Santos a 24 de setembro de 1964. Em 1987, estreou com a publicação do livro de poemas Brincadeina Surrealista, Cursou Direito ma Faculdade Católica de Santos. Foi finalista, com o romance Amazônia, do Prêmio Sec 2009. Coordena oficinas de literatura em Santos, na Estação da Cidadania, pelo projeto Ponts de Cultura. Em janeiro de 2012 publicou o romance Os Bichos, pela Editora Realejo. O romance Companhia Brasileira de Alquimia foi premiado pelo FACULT. Também escreve quinzenalmente uma crônica literária na coluna Cais das Letras.