Marcio Scavone é um perfeccionista. A imagem é a paixão que o acompanha há mais de três décadas. No início, trabalhando com publicidade, entendia que um bom profissional devia ter excelência técnica (marca indelével de sua formação fotográfica), dominar a luz e controlar o estúdio para construir uma boa foto. Com o tempo, o fotógrafo - cujo estilo é nunca se prender a estilo nenhum - também encaminhou seu olhar para imagens feitas sem pretensão, imagens de viagens, álbuns familiares, recordações de passagens.
E o fotógrafo de estúdio se transferiu para a rua. Ao ar livre, assim como os antigos pintores impressionistas, redescobriu uma nova luz, uma nova forma de fotografar, usando a câmera como um bloco de anotações: não mais o rigor do estúdio, da luz construída e esculpida, mas a pincelada suave de uma luz que se esvai, que aparece e desaparece sem controle nenhum. É, acima de tudo, um humanista, e encontrou sua real forma de expressão nos retratos (não por acaso, algumas de suas mais célebres produções estão aqui, como o nu artístico de Bárbara Paz e o retrato de Jō Soares fumando um charuto).